A ELÃ – Escola Livre de Artes é uma residência formativa em artes visuais oferecida para pessoas artistas oriundas ou residentes de periferias e favelas da Metrópole do Rio de Janeiro, com pesquisas e poéticas em desenvolvimento. A Escola fomenta a formação de artistas periféricos e sua metodologia calcada na coletividade fortalece também a criação de uma cena artística protagonizada por sujeitos historicamente excluídos do campo. Além disso, o perfil social das/os interlocutoras/es convidadas/os para dialogar com o grupo de artistas e os espaços visitados também reforçam a criação de um referencial descentralizado, que não parte da história da arte hegemônica. Ao longo de suas três edições formamos 53 artistas, tendo indicados para o Prêmio Pipa e muitas participações em exposições e feiras de arte expressivas no Sudeste do Brasil.
A edição 2022 foi viabilizada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e apoio da Samambaia Filantropias e aconteceu entre os meses de setembro e dezembro e o tema anual da Escola foi Ecologias do bem viver. Ao longo do percurso, com encontros semanais, divididos em eixos temáticos, promovemos um debate político e ético em torno das ações ambientais, revisando as estruturas históricas que mediam a forma de acessar e se relacionar com o meio ambiente. ELÃ – Ecologias do bem viver foi vivenciada por 15 artistas-residentes bolsistas, pessoas de 21 a 34 anos, majoritariamente racializadas e das quais 40% se identifica como trans ou não-binária. A diversidade neste projeto é um valor não só de inclusão social, mas também uma estratégia político-pedagógica fundamental para a construção de novos olhares, pesquisas, e debates para a cultura e as artes: não existe mudança epistemológica sem as/os sujeitas/os de mudança implicadas/os como protagonistas. Todas as pessoas participantes receberam bolsas mensais de R$ 700 e o grupo apresentou linguagens, interesses e níveis de experiência e circulação variados. Os encontros formativos aconteceram majoritariamente aos sábados no Galpão Bela Maré e ao final, como parte do processo, foi montada a exposição Ecologias do bem viver, gratuita e aberta aos públicos entre outubro e dezembro de 2022. Pela primeira vez, tivemos como resultado da turma, um catálogo impresso. A edição 2023 da Escola será viabilizada com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e contemplará 15 artistas-residentes. (2019 – até hoje)
