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Juventude periférica e desafios de ingresso no mercado de trabalho

Neste episódio da série “FavelaPOD Democratizar”, Gelson Henrique e João Saraiva discutem os desafios e oportunidades que a juventude periférica enfrenta para ingressar no mercado de trabalho.

A empregabilidade é um tema crucial para a vida dos jovens, especialmente aqueles que vivem em periferias e comunidades vulneráveis. A falta de oportunidades de trabalho pode levar a uma série de problemas sociais e econômicos, como a violência, o desemprego e a exclusão social. Para debater essa questão convidamos João Saraiva, mestre em Relações Internacionais na linha de Desenvolvimento e Desigualdades Internacionais (PUC-MG), assessor de políticas de combate à pobreza na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e membro da movimentação de fomento e incentivo a lideranças negras Juventude Negra Política e Gelson Henrique, sociólogo e mestrando em políticas públicas, coordenador executivo na Iniciativa PIPA, que promove o desenvolvimento sustentável e inclusão social de comunidades vulneráveis no Brasil. Confira uma prévia da entrevista:

Pergunta: Nas perspectivas de vocês e a partir das suas trajetórias, quais vocês consideram as principais barreiras que a juventude periférica enfrenta ao tentar ingressar no mercado de trabalho? Podemos começar com você, Gelson?

Gelson Henrique:  […] Existe uma etapa antes que eu acho importante nós estarmos olhando. É que antes de chegar a falta de emprego, chega a falta da vida. Ou podemos falar sobre encarceramento, sobre diversos outros pontos, entendendo inclusive que juventude e periferia não é só morte, não é só cárcere. Mas eu acho que é muito importante ressaltarmos isso aqui entendendo que em um podcast produzido pelas periferias é um ponto que precisa ser tratado. Então eu queria deixar salientado isso, mas também queria falar que muitos dos jovens de periferias estão em um subemprego. […] A iniciativa PIPA, no início desse ano lançou uma pesquisa chamada “Periferias e Filantropia – As barreiras de acesso aos recursos no Brasil”. Essa pesquisa é uma pesquisa nacional que a gente tem respostas de 607 organizações no Brasil inteiro em cinco regiões, periferias urbanas e rurais, em que foi apresentado um dado pra gente  que a maior parte das pessoas que estão compondo organizações de periferias no Brasil hoje, são jovens negros e majoritariamente mulheres. […] 89% dos gestores de organizações de periferias que responderam essa pesquisa apontam que tem um outro emprego para conseguir compor renda ou apenas pegar essa renda e gerar para dentro da organização. Ou seja, você está falando de jovens que estão no mínimo em jornada dupla. […] 92% das organizações de periferias hoje não possuem um pessoa contratada por CLT. Quais são as condições de trabalho que estão sendo dadas para essa juventude de periferias que está encabeçando e capando o cenário e ecossistema de organização social no Brasil? […]

Pergunta: O acesso à educação e à formação profissional é uma das principais estratégias para melhorar a empregabilidade dos jovens. No entanto, segundo o Instituto Ayrton Senna, 28% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos não estão matriculados no ensino médio. Pensando nisso, João, qual é a importância da educação e da qualificação profissional para incentivar a empregabilidade entre a juventude das periferias?

João Saraiva: Educação como um todo é essencial. […] Nesse mundo do futuro do trabalho, em um momento que a gente começa a falar sobre chat GPT, sobre inteligência artificial, essa educação profissional é um trabalho que vai durar ainda. A evolução das máquinas não vai substituir essa mão de obra, mas é muito difícil esse jovem conseguir acessar, de fato pela falta de oportunidades. A educação vem para romper com isso tudo, porque além desse conhecimento técnico, estar ali com a pessoa que vai ser sua formadora, sua professora, seu professor… Essa pessoa também abre oportunidades. Quando a gente está pensando no “sistema S”, SEBRAE, SENAC e tudo mais, a gente está pensando sobre pessoas e instituições que também vão criar meios, caminhos e vias para que esse jovem consiga ter empregabilidade. […] Não é que não existam instituições, não é que não existam oportunidades. A oportunidade existe, mas quem está acessando? […]

*Essa entrevista pode ser acessada na íntegra no FavelaPOD, o podcast do Observatório de Favelas. João e Gelson participaram do segundo episódio da série “FavelaPOD Democratizar” de 2023, uma realização do Observatório de Favelas em parceria com o Seja Democracia. Acesse todos os episódios AQUI.

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